sexta-feira, 14 de agosto de 2015

Mediunidade e desenvolvimento

Espírito: Emmanuel
Médium: Francisco Cândido Xavier
Da obra: "O Consolador"

Desenvolvimento


382 - Qual a verdadeira definição da mediunidade?


-A mediunidade é aquela luz que seria derramada sobre toda carne e prometida pelo Divino Mestre aos tempos do Consolador, atualmente em curso na Terra.
A missão mediúnica se tem os seus percalços e as suas lutas dolorosas, é uma das mais belas oportunidades de progresso e de redenção concedidas por Deus aos seus filhos misérrimos.
Sendo luz que brilha na carne, a mediunidade é atributo do Espírito, patrimônio da alma imortal, elemento renovador da posição moral da criatura terrena, enriquecendo todos os seus valores no capítulo da virtude e da inteligência, sempre que se encontre ligada aos princípios evangélicos na sua trajetória pela face do mundo.

383 – É justo considerarmos todos os homens como médiuns?

-Todos os homens têm o seu grau de mediunidade, nas mais variadas posições evolutivas, e esse atributo do espírito representa, ainda, a alvorada de novas percepções para o homem do futuro, quando, pelo avanço da mentalidade do mundo, as criaturas humanas verão alargar-se a janela acanhada dos seus cinco sentidos.
Na atualidade, porém, temos de reconhecer que no campo imenso das potencialidades psíquicas do homem existem os médiuns com tarefa definida, precursores das novas aquisições humanas. É certo que essas tarefas reclamam sacrifícios e se constituem, muitas vezes, de provações ásperas; todavia, se o operário busca a substância evangélica para a execução de seus deveres, é ele o trabalhador que faz jus ao acréscimo de misericórdia prometido pelo Mestre a todos os discípulos de boa-vontade.

384 – Dever-se-á provocar o desenvolvimento da mediunidade?

-Ninguém deverá forçar o desenvolvimento dessa ou daquela faculdade, porque, nesse terreno, toda a espontaneidade é necessária; observando-se, contudo, a floração mediúnica espontânea, nas expressões mais simples, deve-se aceitar o evento com as melhores disposições de trabalho e boa-vontade, seja essa possibilidade psíquica a mais humilde de todas.
A mediunidade não deve ser fruto de precipitação nesse ou naquele setor da atividade doutrinária, porquanto, em tal assunto, toda a espontaneidade é indispensável, considerando- se que as tarefas mediúnicas são dirigidas pelos mentores do plano espiritual.

385 – A mulher ou o homem, em particular, possuem disposições especiais para o desenvolvimento mediúnico?

-No capítulo do mediunismo não existem propriamente privilégios para os que se encontram em determinada situação; porém, vence nos seu labores quem detiver a maior porcentagem de sentimento. E a mulher, pela evolução de sua sensibilidade em todos os climas e situações, através dos tempos, está, na atualidade, em esfera superior à do homem, para interpretar, com mais precisão o sentido de beleza, as mensagens dos planos Invisíveis.

386 – Qual a mediunidade mais preciosa para o bom serviço à Doutrina?

-Não existe mediunidade mais preciosa uma que a outra.
Qualquer uma é campo aberto às mais belas realizações espirituais, sendo justo que o médium, com a tarefa definida se encha de espírito missionário, com dedicação sincera e fraternidade pura, para que o seu mandato não seja traído na improdutividade.

387 – Qual a maior necessidade do médium?

-A primeira necessidade do médium é evangelizar-se a si mesmo antes de se entregas às grandes tarefas doutrinárias, pois, de outro modo poderá esbarrar sempre com o fantasma do personalismo, em detrimento de sua missão.

388 – Nos trabalhos mediúnicos temos de considerar, igualmente, os imperativos da especialização?

-O homem do mundo, no círculo de obrigações que lhe competem na vida, deverá sair da generalidade para produzir o útil e o agradável, nas esferas de suas possibilidades individuais.
Em mediunidade, devemos submeter-nos aos mesmos princípios. O homem enciclopédico, em faculdade, ainda não apareceu, senão em gérmem, nas organizações geniais que raramente surgem na Terra, e temos de considerar que a mediunidade somente agora começa a aparecer no conjunto de atributos do homem transcendente.
A especialização na tarefa mediúnica é mais que necessária e somente de sua compreensão poderá nascer a harmonia na grande obra de vulgarização da verdade a realizar.

389 –A mediunidade pode ser retirada em determinadas circunstâncias da vida?

-Os atributos medianímicos são como os talentos do Evangelho. Se o patrimônio divino é desviado de seus fins, o mal servo torna-se indigno da confiança do Senhor da seara da verdade e do amor. Multiplicados no bem, os talentos mediúnicos crescerão para Jesus, sob as bênçãos divinas; todavia, se sofrem os insultos do egoísmo; do orgulho; da vaidade ou da exploração inferior, podem deixar o intermediário do invisível entre as sombras pesadas do estacionamento, nas mais dolorosas perspectivas de expiação, em vista do acréscimo de seus débitos irrefletidos.

390 –É justo que um médium confie em si mesmo para a provocação de fenômenos, organizando trabalhos especiais com o fim de converter os descrentes?

-Onde o médium em tão elevada condição de pureza e merecimento, para contar com as suas próprias forças na produção desse ou daquele fenômeno? Ninguém vale, na terra, senão pela expressão da misericórdia divina que o acompanha, e a sabedoria do plano superior conhece minuciosamente as necessidades e méritos de cada um. A tentativa de tais trabalhos é um erro grave. Um fenômeno não edifica a fé sincera, somente conseguida pelo esforço e boa-vontade pessoal na meditação e no trabalho interior. Os descrentes chegarão à Verdade, algum dia, e a Verdade é Jesus. Anteciparmo-nos à ação do Mestre não seria testemunho de confusão? Organizar sessões medianímicas com objetivo de arrebanhar prosélitos é agir com demasiada leviandade. O que é santo e divino ficaria exposto aos julgamentos precipitados dos mais ignorantes e ao assalto destruidor dos mais perversos, como se a Verdade de Jesus fosse objeto de espetáculos, nos picadeiros de um circo.

391 – Os irracionais possuem mediunidade?

-Os irracionais não possuem faculdades mediúnicas propriamente ditas. Contudo, têm percepções psíquicas embrionárias, condizentes ao seu estado evolutivo, através das quais podem indiciar as entidades deliberadamente perturbadoras, com fins inferiores, para estabelecer a perplexidade naqueles que os acompanham em determinadas circunstâncias.

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